segunda-feira, 30 de novembro de 2009

AVALIAR

Ao ler sobre avaliação na interdisciplina de Didática pude refletir a respeito das inúmeras situações que nos cercam a respeito deste tema.
É muito difícil admitirmos mas ainda temos em nosso cotidiano muitos resquicios de uma avaliação reducionista. Percebemos isto quando ocorre em nossas escolas avaliação em períodos bem distintos e determinados dentro do ano letivo, ficando a avaliação reduzida a momentos estanques. Também quando se privilegia a memorização em detrimento de outros aspectos da inteligência. Quando se utiliza só um instrumento como prova ou exame.
Na minha escola utilizamos parecer descritivo onde descrevemos as habilidades e capacidades desenvolvidas e adquiridas e ainda o que precisa ser trabalhado melhor (as dificuldades). Mesmo assim a partir do 1º ano temos um conceito expresso que acompanha o parecer que é MS - Muito satisfatório/ S - Satisfatório /e I - Insuficiente.
O professor tem um papel muito importante no ato de avaliar, pois é através dos resultados da avaliação que ele faz um diagnóstico das aulas, do aluno, bem como ajustes nos conteúdos e estratégias a serem planejadas.

domingo, 15 de novembro de 2009

ÚLTIMA QUINZENA

Nesta última quinzena duas propostas de trabalho propostas pelo Pead foram bastante interessantes. A primeira delas foi referente ao planejamento de uma aula da interdisciplina de Linguagem que envolvesse, leitura, produção textual, jogo e sistematização da atividade. Num primeiro momento parecia ser uma tarefa bastante simples, simplesmente planejar uma aula, mas na realidade não foi bem assim. Acho que muitas de nós e aqui me incluo, nos damos conta da importância de um bom planejamento de aula, aliás de uma simples aula. Planejar algo que fosse significativo para o aluno, estabelecendo critérios de faixa etária e a partir da leitura de uma história criar um ambiente para produção textual exige bastante conhecimento da turma em que se vai aplicar o plano (apesar de não ter sido solicitado a aplicação), bem como coesão entre as atividades propostas. Aprendi de que nada adianta eu contar uma bela história se a produção escrita proposta não for significativa. Além disso, o jogo foi um momento em que os alunos podem extravasar o que sentiram da estória e ao mesmo tempo resgatar aprendizagens da mesma. A sistematização da atividade foi onde tive maior dificuldade, parecia difícil, mas enfim consegui e após a aula presencial ficou bem mais claro para mim que a sistematização nada mais é do que uma atividade onde se possa organizar os conhecimentos adquiridos pelos alunos durante as atividades propostas. Abaixo o linck da primeira versão do planejamento que ainda precisa ser aperfeiçoado.
https://www.ead.ufrgs.br/rooda/webfolio/abrirArquivo.php/Usuarios/16704/Disciplinas/10570/modulo4linguagem.sandrawerlang.doc

A segunda proposta de trabalho que gostei muito de fazer foi sobre as teses dos PAs. Foi muito interessante o trabalho em equipe, que no meu caso deu certo de análise do Pa, reflexão, comentário e réplica. Atividades como estas quando bem estruturadas nos levam a refletir sobre nossas próprias aprendizagens. Nas nossas salas de aula podemos trabalhar de forma semelhante quando trabalhamos em grupo com confecção de painéis, mapas conceituais, sínteses e até mesmo produções textuais. Claro que os alunos devem estar preparados para saberem comentar os trabalhos dos colegas e receberem críticas sem ofensas. Na prática este tipo de trabalho sempre costuma dar certo e é enriquecedor porque possibilita o debate, a reflexão, a maturidade, o saber ouvir, etc - habilidades imprescindíveis nos dias de hoje no dia a dia escolar.

domingo, 1 de novembro de 2009

Alfabetização de adultos e condutas em sala de aula

Desta vez minha postagem contempla um texto trabalhado na interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos e que gostei muito de trabalhar. Discutimos ele na nossa aula presencial e foi muito significativo.

O texto é: Alfabetização de Adultos: ainda um desafio de Regina Hara.

A autora coloca que a leitura de mundo antecede a leitura da palavra. É isso mesmo, também penso desta forma. Gostaria de trazer alguns tópicos que considerei importantes neste texto e que não tinha conhecimento ainda quando trabalhei com EJA há 5 anos atrás.
* Aprender a ler e escrever é um processo onde o sujeito é o construtor do conhecimento;
* O processo de aprendizagem da leitura e da escrita e seus estágios de construção são semelhantes os encontrados em adultos e crianças, o que não significa que sejam os mesmos;
* A percepção da organização interna da escrita não é necessariamente a mesma que os não escolarizados possuem;
* Deve haver uma socialização das estratégias que são utilizadas para lidar com o conhecimento;
Na época que trabalhei com EJA eu fui praticamente "empurrada" para aquele nível, pois não tinha mais ningué, que assumisse e aí sempre sobra como dizem o resto..., mas foi uma experiência muito rica, pois aprendi com meus alunos justamente coisas que o texto da regina Hara trata. Também tive interesse e fui atrás de material. Li bastante sobre Paulo Freire e tentei acertar o máximo possível. Com certeza houveram muitos erros, mas inúmeras aprendizagens duma época que me deixou saudades.

Este texto realmente me deixou entusiasmada, além de sua leitura ser fácil e dinamica. Gostei muito da parte em que é narrada a prática no colégio Santa Cruz. Gostaria de trazer algumas contribuições desta experiência que com certeza não se caracterizam apenas naquela realidade. São elas:
* os alunos da Eja enfrentam uma situação desconhecida ao chegarem na escola, ao mesmo tempo com a expectativa do novo e às vezes as lembranças não tão boas de um passado na escola bastante infeliz. (isto os meus alunos relatavam bastante)
* esta passagem infeliz pela escola está pautada muitas vezes ao fato de não poderem freqüentar a escola devidamente, de não terem professores de qualidade, de experiências frustrantes de alfabetização, etc,
* quando trabalhamos com uma turma de EJA devemos realizar um diagnóstico inicial de como os alunos lêem e escrevem ao iniciarem o curso.
* geralmente no início os níveis de leitura e escrita se subdividem em:- sem uso produtivo da leitura e da escrita- níveis mais avançados de leitura e escrita, mas ainda pouco produtivos em uma ou outra- leitura com pouca prática e escrita deficitária do ponto de vista ortográfico e sintático. (nesta parte tive que pedir apoio de uma professora mais experiente que eu. A humildade também é um requisito para o professor desenvolver um bom trabalho)


CONDUTAS DE SALA DE AULA abordadas no texto
essencial o contato com textos dos mais diferentes tipos.
* os materiais auxiliares são muito importantes ao processo de aquisição de leitura e escrita. Alguns exemplos: jogos, palavras cruzadas, jornal, fotos...
* o aluno também precisa adquirir autonomia em outras habilidades como atenção, concentração...
* muitas vezes após um trabalho coletivo se formam ações individuais, onde cada aluno faz no seu ritmo e no seu estágio.
SOBRE A LEITURA:
* o professor também deve ser um leitor e fazer leituras para o seu grupo de alunos para que estes se acostumem com aspectos tais como estruturação, entonação da voz, etc.
* devemos incentivar os alunos a trazerem material de leitura sempre além daquilo que é fornecido em aula.
SOBRE A ESCRITA:
* devemos sempre pedir ao aluno que ele escreva do jeito que ele acha que pode ser.
* é sua coragem e a partir dos seus erros que ele( o aluno) vai enriquecendo sua escrita.
* mais importante do que escrever certo, é escrever o que sentem vontade de escrever.
* a correção é incorporada aos poucos, podendo ser através de reescritura.
* combinar com os alunos que não há erros, apenas falta de alguns conhecimentos que vão surgindo durante o processo e assim o registro escrito vai se aperfeiçoando cada vez mais.
SOBRE HABILIDADES ESCOLARES:
* estas são fundamentais para construção da autonomia.
* entre elas está a linguagem oral, muitas vezes deixada de lado nas escolas.
* a organização espacial no caderno é questão de prática e de aprendizagem. Nós temos que ensinar. Se não ensinarmos eles não aprendem por si, nem adultos, nem crianças.Enfim, gostei muito do texto de Regina Hara porque ao final quando comenta o resultado da prática diz que os alunos estabeleceram com o conhecimento uma relação de busca e a segurança adquirida a partir da leitura e da escrita vai se ampliando para outras áreas escolares e extra escolares com certeza!Porém é importante frisar que a reposição da escolaridade não se faz em pouco tempo e não respeitamos o ritmo de cada um muitas vezes devido a organização do sistema. A reprovação de um aluno em uma determinada etapa faz com que ele retorne e inicie do zero e as vezes isto é tão frustrante que pode acabar em evasão escolar.SÓ MAIS UMA COISINHA....
* A pratica apresentada no texto mostra que as concepções de Freire e Ferreiro são complementares.