segunda-feira, 30 de novembro de 2009

AVALIAR

Ao ler sobre avaliação na interdisciplina de Didática pude refletir a respeito das inúmeras situações que nos cercam a respeito deste tema.
É muito difícil admitirmos mas ainda temos em nosso cotidiano muitos resquicios de uma avaliação reducionista. Percebemos isto quando ocorre em nossas escolas avaliação em períodos bem distintos e determinados dentro do ano letivo, ficando a avaliação reduzida a momentos estanques. Também quando se privilegia a memorização em detrimento de outros aspectos da inteligência. Quando se utiliza só um instrumento como prova ou exame.
Na minha escola utilizamos parecer descritivo onde descrevemos as habilidades e capacidades desenvolvidas e adquiridas e ainda o que precisa ser trabalhado melhor (as dificuldades). Mesmo assim a partir do 1º ano temos um conceito expresso que acompanha o parecer que é MS - Muito satisfatório/ S - Satisfatório /e I - Insuficiente.
O professor tem um papel muito importante no ato de avaliar, pois é através dos resultados da avaliação que ele faz um diagnóstico das aulas, do aluno, bem como ajustes nos conteúdos e estratégias a serem planejadas.

domingo, 15 de novembro de 2009

ÚLTIMA QUINZENA

Nesta última quinzena duas propostas de trabalho propostas pelo Pead foram bastante interessantes. A primeira delas foi referente ao planejamento de uma aula da interdisciplina de Linguagem que envolvesse, leitura, produção textual, jogo e sistematização da atividade. Num primeiro momento parecia ser uma tarefa bastante simples, simplesmente planejar uma aula, mas na realidade não foi bem assim. Acho que muitas de nós e aqui me incluo, nos damos conta da importância de um bom planejamento de aula, aliás de uma simples aula. Planejar algo que fosse significativo para o aluno, estabelecendo critérios de faixa etária e a partir da leitura de uma história criar um ambiente para produção textual exige bastante conhecimento da turma em que se vai aplicar o plano (apesar de não ter sido solicitado a aplicação), bem como coesão entre as atividades propostas. Aprendi de que nada adianta eu contar uma bela história se a produção escrita proposta não for significativa. Além disso, o jogo foi um momento em que os alunos podem extravasar o que sentiram da estória e ao mesmo tempo resgatar aprendizagens da mesma. A sistematização da atividade foi onde tive maior dificuldade, parecia difícil, mas enfim consegui e após a aula presencial ficou bem mais claro para mim que a sistematização nada mais é do que uma atividade onde se possa organizar os conhecimentos adquiridos pelos alunos durante as atividades propostas. Abaixo o linck da primeira versão do planejamento que ainda precisa ser aperfeiçoado.
https://www.ead.ufrgs.br/rooda/webfolio/abrirArquivo.php/Usuarios/16704/Disciplinas/10570/modulo4linguagem.sandrawerlang.doc

A segunda proposta de trabalho que gostei muito de fazer foi sobre as teses dos PAs. Foi muito interessante o trabalho em equipe, que no meu caso deu certo de análise do Pa, reflexão, comentário e réplica. Atividades como estas quando bem estruturadas nos levam a refletir sobre nossas próprias aprendizagens. Nas nossas salas de aula podemos trabalhar de forma semelhante quando trabalhamos em grupo com confecção de painéis, mapas conceituais, sínteses e até mesmo produções textuais. Claro que os alunos devem estar preparados para saberem comentar os trabalhos dos colegas e receberem críticas sem ofensas. Na prática este tipo de trabalho sempre costuma dar certo e é enriquecedor porque possibilita o debate, a reflexão, a maturidade, o saber ouvir, etc - habilidades imprescindíveis nos dias de hoje no dia a dia escolar.

domingo, 1 de novembro de 2009

Alfabetização de adultos e condutas em sala de aula

Desta vez minha postagem contempla um texto trabalhado na interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos e que gostei muito de trabalhar. Discutimos ele na nossa aula presencial e foi muito significativo.

O texto é: Alfabetização de Adultos: ainda um desafio de Regina Hara.

A autora coloca que a leitura de mundo antecede a leitura da palavra. É isso mesmo, também penso desta forma. Gostaria de trazer alguns tópicos que considerei importantes neste texto e que não tinha conhecimento ainda quando trabalhei com EJA há 5 anos atrás.
* Aprender a ler e escrever é um processo onde o sujeito é o construtor do conhecimento;
* O processo de aprendizagem da leitura e da escrita e seus estágios de construção são semelhantes os encontrados em adultos e crianças, o que não significa que sejam os mesmos;
* A percepção da organização interna da escrita não é necessariamente a mesma que os não escolarizados possuem;
* Deve haver uma socialização das estratégias que são utilizadas para lidar com o conhecimento;
Na época que trabalhei com EJA eu fui praticamente "empurrada" para aquele nível, pois não tinha mais ningué, que assumisse e aí sempre sobra como dizem o resto..., mas foi uma experiência muito rica, pois aprendi com meus alunos justamente coisas que o texto da regina Hara trata. Também tive interesse e fui atrás de material. Li bastante sobre Paulo Freire e tentei acertar o máximo possível. Com certeza houveram muitos erros, mas inúmeras aprendizagens duma época que me deixou saudades.

Este texto realmente me deixou entusiasmada, além de sua leitura ser fácil e dinamica. Gostei muito da parte em que é narrada a prática no colégio Santa Cruz. Gostaria de trazer algumas contribuições desta experiência que com certeza não se caracterizam apenas naquela realidade. São elas:
* os alunos da Eja enfrentam uma situação desconhecida ao chegarem na escola, ao mesmo tempo com a expectativa do novo e às vezes as lembranças não tão boas de um passado na escola bastante infeliz. (isto os meus alunos relatavam bastante)
* esta passagem infeliz pela escola está pautada muitas vezes ao fato de não poderem freqüentar a escola devidamente, de não terem professores de qualidade, de experiências frustrantes de alfabetização, etc,
* quando trabalhamos com uma turma de EJA devemos realizar um diagnóstico inicial de como os alunos lêem e escrevem ao iniciarem o curso.
* geralmente no início os níveis de leitura e escrita se subdividem em:- sem uso produtivo da leitura e da escrita- níveis mais avançados de leitura e escrita, mas ainda pouco produtivos em uma ou outra- leitura com pouca prática e escrita deficitária do ponto de vista ortográfico e sintático. (nesta parte tive que pedir apoio de uma professora mais experiente que eu. A humildade também é um requisito para o professor desenvolver um bom trabalho)


CONDUTAS DE SALA DE AULA abordadas no texto
essencial o contato com textos dos mais diferentes tipos.
* os materiais auxiliares são muito importantes ao processo de aquisição de leitura e escrita. Alguns exemplos: jogos, palavras cruzadas, jornal, fotos...
* o aluno também precisa adquirir autonomia em outras habilidades como atenção, concentração...
* muitas vezes após um trabalho coletivo se formam ações individuais, onde cada aluno faz no seu ritmo e no seu estágio.
SOBRE A LEITURA:
* o professor também deve ser um leitor e fazer leituras para o seu grupo de alunos para que estes se acostumem com aspectos tais como estruturação, entonação da voz, etc.
* devemos incentivar os alunos a trazerem material de leitura sempre além daquilo que é fornecido em aula.
SOBRE A ESCRITA:
* devemos sempre pedir ao aluno que ele escreva do jeito que ele acha que pode ser.
* é sua coragem e a partir dos seus erros que ele( o aluno) vai enriquecendo sua escrita.
* mais importante do que escrever certo, é escrever o que sentem vontade de escrever.
* a correção é incorporada aos poucos, podendo ser através de reescritura.
* combinar com os alunos que não há erros, apenas falta de alguns conhecimentos que vão surgindo durante o processo e assim o registro escrito vai se aperfeiçoando cada vez mais.
SOBRE HABILIDADES ESCOLARES:
* estas são fundamentais para construção da autonomia.
* entre elas está a linguagem oral, muitas vezes deixada de lado nas escolas.
* a organização espacial no caderno é questão de prática e de aprendizagem. Nós temos que ensinar. Se não ensinarmos eles não aprendem por si, nem adultos, nem crianças.Enfim, gostei muito do texto de Regina Hara porque ao final quando comenta o resultado da prática diz que os alunos estabeleceram com o conhecimento uma relação de busca e a segurança adquirida a partir da leitura e da escrita vai se ampliando para outras áreas escolares e extra escolares com certeza!Porém é importante frisar que a reposição da escolaridade não se faz em pouco tempo e não respeitamos o ritmo de cada um muitas vezes devido a organização do sistema. A reprovação de um aluno em uma determinada etapa faz com que ele retorne e inicie do zero e as vezes isto é tão frustrante que pode acabar em evasão escolar.SÓ MAIS UMA COISINHA....
* A pratica apresentada no texto mostra que as concepções de Freire e Ferreiro são complementares.

sábado, 17 de outubro de 2009

SEU NOME É JONAS

Uma das atividades propostas pela interdisciplina de Libras foi assistir um filme que narrava sobre a situação da deficiência auditiva. Para mim especialmente, foi um filme muito significativo pois me prendeu do início ao final. Nunca trabalhei com crianças surdas, mas sempre quero estar preparada caso seja necessário. Esta interdisciplina está sendo muito útil neste sentido. Gostaria de deixar registrado no meu portfólio as minhas percepções sobre o filme para que as mesmas não se percam no meio de tantas coisas que temos para fazer diariamente. Assim, cada vez que navegar neste ambiente vou lembrar do que PRODUZI e APRENDI com o filme.

O filme “E seu nome é Jonas” narra a história de um menino que fica internado indevidamente durante três anos, em função de um diagnóstico médico incorreto, num hospital destinado a crianças retardadas.
Jonas é um menino que tem deficiência auditiva e durante todo tempo em que esteve internado no hospital psiquiátrico não aprendeu a linguagem de sinais nem mesmo a se comunicar através de gestos ou leitura labial. Ele era considerado apenas uma tabula rasa, um ser sem sentimento e o pior que não pensava. Convivia com crianças portadoras das mais diversas síndromes e o filme aponta que neste hospital apesar das crianças crescerem não havia uma preocupação com a questão da aprendizagem nem com a questão pedagógica.

As dificuldades aumentaram quando Jonas retornou ao convívio familiar, tudo era novo e estranho para ele e também para seus pais. A nova vida de Jonas, que tinha tudo para ser interessante, tornou-se um fardo, pois seus pais não sabiam como se comunicar com ele, consequentemente não com preendiam o que ele queria. Pequenas atitudes do dia a dia como um simples almoço em família tornavam-se situações difíceis, com brigas e discussões, uma vez que pai e mãe discordavam sobre como proceder com o filho.

Em relação a escolarização de Jonas também houveram dificuldades, pois a mãe inicialmente era muito insegura e não sabia no que acreditar, sendo assim, acabou levando seu filho em aulas onde o menino tinha que aprender a se comunicar verbalmente a qualquer custo, mesmo diante de sacrifícios emocionais e físicos. Não se respeitava em nenhum momento a evolução natural de Jonas, nem mesmo as reações que ele poderia expressar. Também na comunidade local Jonas era discriminado por sua deficiência auditiva. As pessoas achavam que ele não deveria estar na rua, nem freqüentar lugares públicos, inclusive repreendendo seus pais por isso. Jonas foi também rejeitado de certa forma por seu próprio pai que não sabia mais como lidar com ele e nem suportava as cobranças que a sociedade impunha.

Refletindo acerca das inúmeras questões que o filme aborda, penso que nos dias de hoje a história do filme seria diferente em alguns aspectos como na questão do erro no diagnóstico médico, na permanência no hospital psiquiátrico, etc. Porém questões relativas a aprendizagem ainda precisam ser repensadas, necessitam de muita discussão e abertura por parte dos educadores em geral. Deve haver uma maior flexibilidade no amparo de crianças portadoras deste tipo de deficiência e o início deste trabalho consiste primeiro em derrubar preconceitos e depois sensibilizar educadores para uma tarefa tão especial.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

FORMANDO LEITORES

Estou participando atualmente de um curso de formação voltado para professores da rede municipal que se chama "Alafabetização e Letramento". Este processo de formação iniciou em setembro de 2009 e se estenderá até julho de 2010. Tratará basicamente de questões referentes a aquisição da lingua escrita, da leitura, da alfabetização e do letramento nas três séries iniciais no ensino fundamental de nove anos.Minha postagem de hoje está pautada fala da aula inaugural que tivemos com a professora Elaine Maritza que tratou sobre a FORMAÇÃO DE LEITORES nas nossas escolas. Entre outras questões, ela abordou os seguintes aspectos:
* Nós formamos leitores porque nenhuma outra forma de ler o mundo é tão eficaz e rica quanto a literatura.* A escola tem que ter consciência do seu real papel de formar leitores.

* Na Educação Infantil: a leitura literária é realizada diariamente, geralmente através de rodinha de leitura, contação de histórias com fantoches, avental, e outros recursos. O momento da leitura é marcado pela brincadeira e a diversão; é momento lúdico. A professora não precisa “justificar” o trabalho com a leitura literária. A leitura é realizada em almofadas ou tapetes, de forma descontraída.

* Nas séries iniciais, os momentos dedicados à leitura literária começam a ficar mais espaçados: agora o professor precisa “justificar” o tempo dedicado à leitura literária. A leitura literária deixa de ser momento lúdico e os livros passam a servir para “ensinar conteúdos” do programa de estudos. A literatura perde sua função.

* Criar condições de leitura não significa apenas levar os alunos à biblioteca uma vez por semana ou fazer uma indicação de livro por trimestre.* É importante criar uma atmosfera agradável, um ambiente que convide à leitura na própria sala de aula ou mesmo fora dela.

* Enfim, a leitura com o objetivo de formar leitores não pode ser um trabalho esporádico. Deve ser um trabalho de todos os educadores.

domingo, 20 de setembro de 2009

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Apesar de ser ainda início do semestre, posso afirmar que realmente estou gostando das leituras propostas até então nas diversas interdisciplinas. A última realizada e que me chamou atenção foi de Ângela B. Kleiman, autora do texto “Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola”. Ela aborda a questão do letramento como um tema recente e ao mesmo tempo marcante, ganhando força através de pesquisas e práticas que vem sendo realizadas acerca do assunto.

A escola, da forma como é vista hoje, ainda é o local onde se aprende a ler e a escrever, isto é, onde ocorre o processo de alfabetização. Porém devemos estar atentos ao fato de que esta mesma instituição, segundo a autora, apesar de ser a mais importante agência de letramento, não está preocupada com o letramento social e sim apenas com aquele formal, o escolar. Este equívoco está relacionado a diversos fatores, entre eles ao fato de que a escola julga apenas ser importante a aquisição de códigos para simples promoção do aluno na escola.

Outro aspecto relevante é que as práticas de uso da escrita na escola estão baseadas num padrão de letramento que é muitas vezes parcial e equivocado, considerando que há apenas uma forma de o letramento ser trabalhado com os alunos. Desta forma, a escola padroniza e classifica alunos como alfabetizados e não alfabetizados, não dando importância alguma com a forma que o aluno interage com as habilidades de leitura e escrita. Este modelo de letramento é denominado modelo autônomo.

O letramento social, por sua vez vai além daquilo que é proposto formalmente nos processos de leitura e escrita. Ele leva em conta toda a vivência e experiência que o educando tem de mundo, mesmo que isto envolva apenas aspectos relacionados à oralidade, pois entende que a ação do sujeito em cima de seus conhecimentos é que também vai facilitar seu processo de letramento. Nesta linha de pensamento caracteriza-se o modelo de letramento ideológico, que leva em conta que todas as práticas de letramento abrangem aspectos culturais e de poder que a aquisição da escrita representa.

Finalizando, acredito que a função que a escola tem a desempenhar está justamente na equalização de unir os dois processos: alfabetizar letrando e que para isso é necessário levar em conta as habilidades e conhecimentos que os alunos já trazem consigo, conscientizar-se de que as práticas de letramento diferem em relação ao contexto, pois envolvem entre outros, aspectos culturais e que este processo ultrapassa os limites das paredes escolares e deve considerar a função social que a escola tem: de contribuir para uma sociedade melhor.

Particularmente, já havia ouvido falar vagamente sobre o letramento, mas não tinha ainda um conceito formado a respeito deste tema. Hoje percebo que não podemos enquanto educadores alfabetizar nossos alunos sem letrá-los, pois os dois processos são complementares numa alfabetização funcional. Estou num curso de formação continuada promovido pelo Mec em parceria com a Universidade Pernambuco e a Smed do nosso município que se denomina Alfabetização e Letramento e apesar de estar no início promete trazer muitos conhecimentos e trocas de experiencias com colegas. Com certeza isto vai enriquecer minhas contribuições.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

NOVAS APRENDIZAGENS...

A interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos me deixou com expectativas muito positivas, principalmente após a aula presencial do dia 02/09 e a leitura do parecer CEB 11/2000, apesar de ainda não concluída, me possibilitou ver a realidade da EJA no nosso país. A seguir alguns tópicos sobre o assunto:

* Nosso país ainda possui um número expressivo de analfabetos e por isso é preciso que a EJA ajude a fomentar a educação de base para as pessoas que não puderam estudar ou completar seus estudos.

* Representa uma dívida social para com aqueles cidadãos que auxiliaram com a sua força de trabalho a sustentar o país.

* As raízes dessa falta de possibilidade de escolarização se deve a ordem histórico-social. Na época, a elite dirigente excluiu um grupo( indios, negros...) de exercer sua cidadania plena.

* Neste momento é possível ajudar a diminuir essa discriminação, dando chances de igualdade no mercado de trabalho, valorizando a autoestima e o exercício do pensamento.

* A EJA precisa ter um modelo pedagógico próprio, para satisfazer as necessidades de jovens e adultos.

* Algumas funções da EJA: equalizadora, no sentido de igualdade de oportunidades e também a função qualificadora nos faz entender que sempre é tempo para se desenvolver, constituir conhecimentos, habilidades e competências.

* Tenho uma pequena experiência com Eja, mas que de uma forma geral posso resumir em duas palavras: uma experiência ÚNICA e ENRIQUECEDORA.

* O trabalho com alunos da EJA é antes de mais nada, um trabalho social e de resgate, principalmente da auto estima de sujeitos tão sensíveis e ao mesmo tempo carentes de conhecimento.

* Na época em que trabalhei com a EJA não tinha muito acesso a materiais de qualidade. No entanto, sempre procurei dar o meu melhor, muitas vezes indo buscar alunos em casa.

* Alunos da EJA geralmente são mais resistentes a aprendizagem do que as crianças, mesmo que sejam etapas semelhantes e possuem mais dificuldades, mas quando a aprendizagem ocorre é lindo.

* Vejo agora que todo material oferecido por esta interdisciplina vai trazer a tona momentos vividos por mim em outros tempos e isto vai fazer com que eu reflita sobre os meus erros e acertos na prática docente.

* Isto, por si só, já basta para que eu possa compartilhar aprendizagens com colegas, tutores e professores e me preparar melhor para uma futura experiencia com a Eja novamente, o que com certeza me deixaria muito feliz.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

INICIANDO O VII SEMESTRE

Iniciar mais uma etapa do curso causa sempre um certo entusiamo e ao mesmo tempo ansiedade.
Espero realmente que este semestre seja mais tranquilo em todos os sentidos.
Da minha parte tentarei estar mais comprometida com as atividades, apesar de que na maioria das vezes sou responsável.
Na verdade, olhando para trás, percebo que é no decorrer dos semestres que o meu entusiamo em relação ao curso diminui e aí acaba caindo a qualidade das atividades. Também acho, e aproveito aqui para expressar isso, que algumas coisas do curso poderiam ser mais simples, pois percebo que há algumas coisas (tarefas) que fazemos por fazer, um pouco sem sentido. Espero que isso sim mude.
Nossas aulas presenciais também devem ser mais proveitosas, pois muitas vezes ficamos só no "bla bla bla" e não discutimos coisas mais importantes e pertinentes.
No mais, ja percebi que as disciplinas deste semestre serão bem interessantes, deu pra perceber pelos textos já disponíveis. Os temas são interessantes e pertinentes a realidade cotidiana da escola e a interdisciplina referente ao EJA é a que mais me interessa, pois trabalhei apenas uma vez com jovens e adultos, mas considerei o resultado compensador.

sábado, 13 de junho de 2009

LITERATURA INFANTIL

Estou fazendo um curso de formação em Literatura Infantil e no último encontro trabalhamos com poesia HAI KAI.
Eu nunca tinha ouvido falar nisso e acredito que muitas pessoas também não, por isso transcrevo aqui alguns tópicos que para mim foram importantes e que compartilho as idéias.

* Os poemas HAI KAI são de origem japonesa
* Eles não precisam necessariamente ter rima
* São compostos SEMPRE de três versos
*Geralmente falam da natureza
* Podem ser usados com crianças de qualquer idade
* São porta de entrada para se trabalhar com poesias
* Na educação Infantil podem ser trabalhados apenas oralmente
* Podemos trabalhar com expressão corporal a partir deles, solicitando que os alunos através de gestos expressem o poema para que os demais descubram de qual poema se trata
* Podemos dar a primeira parte de um Hai Kai e pedir que os alunos o concluam e após exponham ao grupo.

ALGUNS HAI KAI:

Girassol,
Flor da manhã
A menina dos olhos dança
( Fred Maia)

Tarde de vento
Até as árvores
Querem vir para dentro
(Paulo Leminski)

Dia de chuva
Minha rua
Vira parque de diversões
(Alexandre Brito)
O sol apressado
Epalha a dourada toalha
Pelo chão molhado
(Eno Wanke)


A lua na montanha
Gentilmente ilumina
O ladrão de flores
(Basho)

VIOLÊNCIA E PIAGET

Gostei muito do texto da aula de Psicologia: Significações de violência na escola... ( de Jaqueline Picetti), pois pude constatar através dele que realmente algumas questões que denominamos como onda de violência escolar, são na verdade, crianças desenvolvendo o seu senso de moralidade, de justiça, isto é, se testando. É claro que a interferência do professor neste sentido, faz toda diferença, afinal é a partir da auto reflexão e auto crítica que o aluno constrói seus conceitos morais. Porém, não podemos também deixar tudo assim, como sendo apenas desenvolvimento, por isso que relato aqui uma experiência por mim vivenciada e que gostaria de compartilhar.

RELATO
A situação que logo me surgiu ao ler a proposta da atividade foi uma vivenciada por mim no ano letivo de 2008 com alunos da 4ª série do Ensino Fundamental. Na verdade, a situação ocorreu na quadra poliesportiva da escola e não especificamente na sala de aula, porém como foi durante a aula, gostaria de relatá-la.
Eu era professora P2 de duas turmas da 4ª série e ficava 2 horas em cada grupo na mesma manhã. Naquele dia o professor de Educação Física que também revesava nas turmas, havia faltado na escola e eu tinha agendado com a supervisão para olhar um filme com uma das turmas. O filme era sobre amizade – tema que estava trabalhando com os dois grupos. Como não poderia passar o filme para o segundo grupo em função do tempo, pois no período da aula deles havia a ida ao refeitório e recreio, tive a idéia de unificar as duas turmas (que eram pequenas) para assistir o filme proposto. Para mim facilitaria o trabalho, pois depois iríamos para a quadra fazer educação física.
Ficamos eu e mais a substituta com as duas turmas e no momento da educação física os meninos tiveram um tempo para usar a quadra e depois as meninas. No momento que as meninas jogavam futebol, um dos alunos (que aqui denominarei apenas como A.) começou a provocá-las verbalmente e mais a uma menina especificamente. Então quando uma menina fez um gol e elas entraram em discussão para ver se era impedimento ou não, ele deu-se o direito de entrar na quadra e ir mexer no painel de pontuação. Uma delas não gostou e pediu para A. sair do campo, pois elas respeitaram o momento anterior que era deles (frase de uma delas), porém ele não deu ouvidos e continuou a provocar. Nesta altura tanto eu quanto a outra professora já estávamos chamando sua atenção mas ele, apesar de ouvir, não modificava sua atitude. Foi então quando de repente a mesma menina que pediu para A. sair foi em sua direção e levantou o braço, num gesto pedindo para que ele realmente saísse. O aluno A. se enfureceu de tal forma, partiu para cima da menina, jogou-a no chão, e começou a golpeá-la com socos muito violentos. Ele foi dando vários socos e todos na face. Foi tudo tão rápido que mesmo eu correndo de um lado, a substituta de outro e mais um aluno não conseguimos impedir e para acalmá-lo eu o puxei pela blusa (que rasgou) e um aluno o segurou com o auxílio da outra professora. Eu fiquei com ele depois que o tiramos de cima da menina e perdi meu controle, gritei muito com ele, enquanto a professora socorria a menina e limpava o sangue do seu rosto. O resultado disso foi a mãe da menina indo a delegacia fazer uma ocorrência, além da menina ter faltado aula durante duas semanas em função do traumatismo ocular que ela teve. Seu rosto ficou horrível! Durante 18 meses ela fez acompanhamento com oftalmologista que eu a levava sempre, pois até este período havia chance de ficar sequelas e nós professoras tivemos que pagar parte do tratamento, pois a direção não tinha de onde tirar recursos.

Quando relato esta história, é para mim uma forma de desabafo, pois eu nunca tinha vivenciado algo parecido em função da violência de um aluno por nada, quero dizer “quase nada”. O que ocorreu ali jamais para mim vai ter justificativa, pois com um gesto que a menina fez para A. e ele ficou assim transtornado.
É claro que a situação descrita acima traz incutida em si questões muito individuais que A. trazia de sua vida tanto familiar quanto escolar. Ele era um garoto que normalmente apresentava problemas na escola, estava sempre envolvido com brigas no recreio, não tolerava frustrações, repetente, e a solução para isso geralmente era a agressão física. Sabíamos que era rejeitado pela mãe e pelo padrasto e seu pai vivia com outra família, mas quero aqui justificar que nós, enquanto escola, fazíamos todo o possível para que A. melhorasse sua vida: ele era o único aluno da escola que participava do Projeto Canoagem proporcionado pela Prefeitura, ganhava roupas e alimentos das professoras e mesmo sem ter dinheiro sempre participava de passeios de lazer e culturais.

O texto de Jaqueline Picetti cita a violência sob os aspectos empiristas, inatistas, porém seu enfoque é sobre a forma como Piaget pesquisou a respeito. Acredito que fazendo um vínculo entre Piaget e a minha situação algumas questões são possíveis de se afirmar.
Primeira: Apesar de A. ter 12 anos na época do fato ocorrido, acredito que o referencial de justiça, intencionalidade, etc dele era menor, pois estava em fase de construção destes valores.
Segunda: A. avaliou o ato da menina apenas pelo possível resultado: o gesto do braço para cima poderia resultar num tapa talvez?!
E a terceira delas que para mim ficou mais evidente é que A. logo após o ocorrido esboçou reação de sanção ao seu ato. Ele expressava verbalmente que deveria ser severamente punido pelo cometido e inclusive citava idéias.
Finalizando, acredito parcialmente que A. estava tentando talvez fazer justiça a sua forma, mas também acredito que havia outros fatores preponderantes que contribuíram para o grau de violência empenhado pelo referido aluno.
Mais uma vez venho mencionar que esta experiência me abalou muito, inclusive emocionalmente na época, pois eu não havia visto na minha vida profissional a dimensão da fúria de um aluno e é por isso que talvez tenha me detalhado tanto ao relatar a situação.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

PROJETO A COR DA CULTURA - AFRODESCENDÊNCIA

No final do ano letivo de 2006 participei de um encontro intitulado Projeto: A cor da cultura, que na verdade objetivava a formação de professores sobre a implantação da lei 10639/2003 sobre a obrigatoriedade de se trabalhar questões referentes aos afrodescentes. Ganhamos um kit maravilhoso com cds, dvds, livros, jogos, etc e eu fui incumbida de repassar o material para os meus colegas.
Sinceramente, eu não dava a devida importância para a questão do negro nas minhas aulas e só trabalhava mesmo nas datas comemorativas como abolição da escravatura, etc. Porém, todo aquele material encantador não poderia simplesmente ser depositado na escola e deixado de lado. Procurei fazer, numa reunião pedagógica, várias atividades que envolvessem todos professores e ao mesmo os sensibilizassem para a questão da implantação de fato da lei. E o resultado foi muito melhor do que eu esperava. Todas as professoras se engajaram e montamos na época um grande projeto a ser desenvolvido em todas as turmas. Mas houve algo bastante significativo que foi uma entrevista com todos os professores e funcionários da escola. Devíamos responder 13 questões com a finalidade de medir a discriminação e o preconceito existente na escola (entre os profissionais). Esta discriminação poderia ser consciente ou não. Ao final tabulamos as questões e dos 17 questionários preenchidos tivemos o seguinte resultado: SUA ESCOLA ESTÁ NA FASE DA NEGAÇÃO ( que era o último resultado antes do pior, que no caso era sua escola está na fase da invisibilidade). A negação neste caso caracterizaria-se por: o assunto racial está começando a ser discutido. É preciso que a maioria dos professores admita a existencia do racismo na sociedade e no ambiente escolar. E que a verdadeira história de resistência do povo negro sirva de exemplo de luta pela cidadania a todos os alunos.
Para nós o resultado foi um choque, mas ao mesmo tempo um pontapé inicial para mudanças de atitudes.

terça-feira, 14 de abril de 2009

DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA II

Neste semestre esta interdisciplina está abordando questões bastante importantes e que gostaria de deixar aqui alguns tópicos registrados:
* Pedagogia Diretiva: neste modelo o professor fala e o aluno escuta, o professor ensina e o aluno aprende. É o professor quem decide o que fazer e o aluno só executa. O professor pensa que o conhecimento pode ser transmitido para o aluno. Neste modelo a gênese do desenvolvimento humano é o empirismo, e o professor pensa que o seu aluno é uma tabula rasa.
* Pedagogia Não Diretiva: este modelo pedagógico é mais difícil de detectar sua presença. Uma sala de aula neste modelo, o professor é um auxiliar do aluno, um facilitador(segundo Carl Rogers). O aluno já possui um saber, é preciso apenas trazer a consciência. Neste caso o modelo apriorista é aplicado, pois acredita que o ser humano nasce com o conhecimento já programado na sua herança genética.
*Pedagogia Relacional: neste modelo o professor acredita que o aluno só aprenderá alguma coisa, algum conhecimento novo se ele agir e problematizar a sua ação. O professor sabe que é necessário duas condições para que algum conhecimento novo seja construído: assimilação e acomodação. Aqui se aplica o construtivismo como epistemologia. E podemos explicar como construtivismo como uma idéia, uma teoria, um modo de ser do conhecimento.
(Estas idéias foram extraídas de textos de Fernando Becker)

terça-feira, 31 de março de 2009

Andei dando umas voltimhas pelos diversos ambientes e localizei meu blog mais antigo. Quero aprender a migrá-lo para este, pois contem coisas interessantes. Todo caso deixei um linck abaixo

http://sandradani.blogspot.com/
2009...

RECOMEÇANDO COM TODO PIQUE!!!

Como é bom poder rever colegas e perceber que cada dia mais estamos nos aproximando de um dia tão sonhado que será nossa formatura.
Este semestre começou bem, disciplinas a mil, muitas atividades, porém gostei muito do enfoque da disciplina que tratará das questões étnico-raciais e também da inclusão. Isto realmente nos falta no nosso dia a dia como professor. Precisamos estar mais estruturadas para lidar com tais questões e tenho grandes expectativas em relação a estas interdisciplinas especialmente.
Também gostei muito da aula presencial de filosofia onde literalmente filosofamos com os argumentos e premissas do texto trazido pelo professor Leonardo sobre Platão e Locke. Os argumentos prometem ser fortes pessoal!!!
Bem, é isso aí, por enquanto vamos pegando leve e acelerando cada dia um pouco mais.